domingo, 4 de maio de 2014

ALEGRIA QUE CONTAGIA


Ao entrar na escola
Percebo algo me encantar
A diversidade mostrando
Que tudo é o olhar...

Crianças se divertindo
No seu mundo encantado
Contagiando o momento
Movimentando o espaço

Barulho, brincadeira
Compromisso, fantasia
É festa é sentimento
É felicidade é poesia...

Movimento, aprendizagem
Euforia, crescimento,
Tarefa, responsabilidade
Esforço e encantamento...


Tudo é o olhar... é simpatia
É interação tirando a monotonia
A felicidade das crianças
É alegria que contagia

Criança é a esperança
 Luz que, como o sol, brilha
É o presente mostrando
Para o futuro uma trilha

 Lana Sobreira










quinta-feira, 1 de maio de 2014

NO SERTÃO É ASSIM

 

NO SERTÃO É ASSIM

Como é bom viver
Na região nordeste
Somos um povo forte
Norte, sul, leste, oeste
É bem lindo a gente vê
A chuva cair na terra
Agricultores em turma
Tal um batalhão de guerra
Alegres vendo a chuva
Cair molhando a terra.

Quando a chuva não vem
Ele fica cabisbaixo
Pensando na sua sina
Não perde o compasso
Brilha sua esperança
Ao vê nuvens no céu
Alegre qual criança
Na sua imaginação
Esperando a bonança
Consola seu coração

Quando vem a trovoada
O sertanejo se anima
Pensa nos verdes pastos
Olha logo pra campina
Traça meta passo a passo
Com muita disciplina
Não pensa em fracasso
Isso não é seu estilo
Pois tem muita força e fé
E não sai fácil do trilho

Em tudo vê bonança
Basta a chuva cair
O sertão fica bonito
O agricultor a sorrir
Com máquina ou enxada
Pra roça vai ligeiro
Já sentindo o cheiro
Da terra bem molhada
Ouve o sapo coaxeiro
E cantar a passarada

Chega alegria na mata
Canta o bonito sabiá
Ele sempre faz a festa
Quando tristeza não há
Cantando se manifestam
Fogo-pagou, bem-te-vi
Galo-de-campina, canário
Tristeza não há ali
A chuva caindo forte
O sertanejo a sorrir

Lana Sobreira Menezes de Sousa

Meu Caderninho, Pátio da Escola e Educação Artística

Pensando nas conversas de alguns alunos falando das suas fantasias de criança, me reportei ao início dessa minha trajetória, de professora, em sala de aula até o momento presente e fiquei a analisar os acontecimentos nesse sentido. Então comecei a escrever algo que me chamou  atenção e que considero muito interessante. É a coragem de alguns alunos abrirem o coração para falar dos seus sentimentos com o professor ( a ). Muitas vezes na escola a gente se depara com pré-adolescentes falando das suas paixões e da maneira de como adquirir ousadia para se aproximar da pessoa e perguntar algo que seu coraçãozinho deseja. Acredito que esse momento é rico pois  o professor pode orientá-los de uma maneira adequada, sem estímulos e também sem proibir a conversa deles (as)
Mas não têm coragem e muitas vezes demonstram seu afeto através de empréstimo de algum objeto do seu material escolar e / ou com envio de cartões bem produzidos, coloridos com seus nomes escritos, ou envio de bilhetes... para chamar a atenção da pessoa a qual desejaria expressar sobre seus sentimentos. Parece ser algo ultrapassado, mas ainda hoje isso acontece e com muita frequência. Quando ele ou ela me procura para conversar sobre o assunto ( que não são poucas as procuras) eu fico sorrindo por dentro de mim, mas não demonstrando, vendo aquela pessoinha tão inocente, eu a escuto e sempre dou minha opinião, dizendo que  elas (es) são crianças e  pensar em namoro só quando crescerem. Mas muitos não aceitam e continuam falando a esse respeito. As perguntas mais frequentes são: professora você acha  fulano (a ) bonito (a)? E começa a fazerem as mais variadas perguntas em relação o que eu acho daquela ( e ) aluno (a). De acordo as conversas pode-se perceber a fantasia que estão criando em seus coraçõezinhos.Veja o depoimento da psicóloga Teresa Vecina:
Então quando a professora ou a mamãe ouvirem da aluna e / ou da filha:
"Mamãe, estou namorando meu amigo ( a) da escola, mas ele (a)  não sabe. É segredo!" Não se assuste ao ouvir essa frase. Trata-se de uma fantasia, assim como brincar de casinha ou de boneca. "É assim que os pais devem encarar, pois namorar é coisa de gente grande", afirma a psicóloga Tereza Vecina. Segundo ela, um colega com quem a criança tenha afinidades pode ser chamado de namorado sem qualquer conotação além da de ser o amigo mais interessante. "O escolhido costuma ser sociável, bonito e popular no grupo. Acaba recebendo a preferência. Na maioria das vezes, o ‘amor’ é unilateral, só existe na cabeça da criança. O ‘namorado’ nem fica sabendo", diz a psicóloga.

Deixa estar 
Mesmo de brincadeira, tais comentários não devem ser estimulados em casa e na escola. Alguns pais insistem no "relacionamento", comprando presentes para os "namorados" dos filhos, perguntando detalhes. "A família não deve ignorar nem proibir, pois a fantasia é saudável para o desenvolvimento da criança. Mas os exageros podem levar a uma erotização precoce", afirma Tereza. Quando seu filho aparecer com uma história dessas, apenas deixe-o falar, sem maiores estímulos. É o que faz a produtora gráfica Mariana Negrão com a filha Camila, 5 anos. "Quando ela surgiu com a história, eu logo disse que não era namorado, que na idade dela não se namora. Ela disse que já sabia, mas que queria chamar assim. Agora vem mostrar os desenhos que eles fazem um para o outro. E fica nisso",

Tudo tem hora
Por mais engraçadinhas que possam parecer duas crianças trocando juras de amor, é bom lembrar que filhos não podem ser vistos como adultos em miniatura. "Desde cedo, os pais têm de deixar claro que só adultos namoram de verdade. Tudo tem sua hora. E as crianças precisam entender isso", resume a psicóloga. A  influência do meio também reforça comportamentos precoces. Programas de TV impróprios para a idade, como alguns filmes e novelas, podem influenciar o "namoro" antes do tempo. O ideal, nesse caso, é que os pais fiquem atentos ao conteúdo dos programas e exerçam o controle necessário.

http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI19159-15130,00.html
 
Já percebi por algumas vezes situações, as quais a psicóloga relata, acontecerem, em sala de aula, mais frequentemente  com meninas, e poucas vezes com meninos. Lendo e observando sobre esse assunto produzi os textos abaixo:


O MEU CADERNINHO

Acordo cedo vou pra escola
Quero ver, vou sem demorar
Na sala de aula aquela loirinha
Sorrir  e me comprimentar


Pena que ela é orgulhosa
Meu coração vive triste
Comigo ela não quer prosa
Pra ela sou um ser que não existe

Não sei porque fui me apaixonar
Queria um dia poder me aproximar
E com muito carinho lhe dizer:
- Me desculpe por tanto te amar!


No intervalo fico a observar
Ela toda contente no pátio a brincar
Às vezes, cantando, pulando,correndo...
Não sabe que meu coração está sofrendo


Não é que alguém no meu ombro bateu
Com um gesto quis me cumprimentar?
Oba! É a Aninha, como eu vou me apresentar?
- Oi, vamos conversar.

-Eu só vim pegar o meu caderninho
Que deixei em sua mochila.
Você não percebeu? A frase não leu?

- Como eu estava distraído, 
Agora vou pegar
E com carinho lhe entregar

Como perdi tanto tempo!
Viajando no pensamento

Mas agora sinto grande emoção 
E com muito carinho vou ler:
A frase no desenho de um coração:
“Você sabia? Gosto muito de você !”


Aninha, vou ficar atento, não irei perder tempo
Quando quiser pode deixar na minha mochila
Seu caderninho com frases, agora, em dois corações
Pode até aproveitar o momento da fila...
                         
                                         Lana Sobreira





O  PÁTIO DA ESCOLA


A brincadeira começa
Eu não tenho  pressa
Paro e espero ver passar
O menino bonito de pele morena
Tomara que ele queira me namorar
 
Na sala de aula ele não dá bolas
Ou é muito tímido ou finge que não me vê
A professora chama por seu nome
Meu coração mais forte começa a bater

Um dia tive a coragem, dele, me aproximei
E dei-lhe um álbum de figurinhas
Com uma frase  cheia de emoção
“Nesse álbum, está também meu coração”
 
Ele não deu a mínima importância
Seu compromisso era com os estudos
Quando a turma se reunia para brincar
Ele ficava mais sério, parecia  estar mudo
 
Depois de alguns anos ele se aproximou
E disse-me com um sorriso tristonho:
  - Livinha, o tempo de criança, verdadeiramente,
Não vivi intensamente só ficou no sonho
 
 - Quando quiser conversar, pode me chamar
Tenho  tempo para os estudos e para os amigos
A fantasia de criança com o tempo passou
Quando quiser desabafar pode contar comigo


AULA  DE EDUCAÇÃO ARTÍSTICA


Chego cedo na escola
Espero alguém chegar
Um  menino muito bonito
Quero dele me aproximar

Mas ele é brincalhão
Não percebe meu olhar
Nos nossos trabalhos em grupo
Ele nem tenta me paquerar

Na hora do jogo de futebol
Fico, assistindo,admirada
Mas seu encanto está na bola
Na sua torcedora, nada!

Voltando pra sala de aula
E participar da arte passo a passo
Me alegro nos trabalhos em grupo
Corro e me sento ao seu lado

E não é que uma colega  reclamou!
Mas ele falou bem zangado:
 - o que importa pra você
Ela sentar ao meu lado?

Eu fiquei, feliz, sorrindo
Pois ele me defendeu
Terminou a aula fui dizendo:
Agora sou mais eu!

Na aula, de arte, seguinte
Fiz um desenho pra ele
Um coraçãozinho mostrando
Que meu amor era dele. 

A aula termina a turma se agita
Não é que alguém chega e fala pra mim?
 - Cacá amanhã te trago outro desenho
De outro coraçãozinho, bem assim


SALA DE AULA

Na sala de aula na hora da arte
Me expresso o mais posso
Quero que aquele menino me veja
E perceba que dele eu gosto

Um dia me aproximei
Pedi-lhe seus lápis de cor
Para fazer um desenho
E fiz uma linda flor

Entreguei-lhe com carinho
Ele não se importou
Virou as costa e saiu
Parece que me desprezou

Eu fiquei envergonhada
No canto da sala a pensar
Ele não quer nem me ver
Os seus  lápis vou entregar

Ao devolver ele disse:
 - Dió, não fique triste não
Não recebi a flor
Pois queria um coração.

 - Devinho, vou desenhar
Um coração  colorido
Dentro do meu  coração
Pra não ficar esquecido.